Mediadores de Clubes de Leitura tiveram encontro na sede do Sindi-Clube, em 20 de agosto. A reunião contou com a presença de Noemi Jaffe, escritora e crítica literária, doutora em literatura brasileira e autora de “Írisz: as orquídeas“.
As fotos do evento já estão disponíveis no Facebook do Sindi-Clube.
Os 18 participantes, vinculados a 16 Clubes de Leitura existentes, são os encarregados de conduzir os encontros mensais em que o livro que todos estão lendo é discutido.
Os Clubes de Leitura são uma ação conjunta do Sindi-Clube com a Editora Companhia das Letras e Academia Paulista de Letras.
Em três anos, os Clubes de Leitura implantados obtiveram grande sucesso, com crescente participação de associados de clubes paulistas, que realizaram 247 reuniões e tiveram 13 encontros com autores de livros, como Alexandre Vidal Porto, Joca Reiners Terron, Luiz Ruffato, Luis Trajano, Marçal Aquino e Milton Hatoum.

Os autores gostam dessas reuniões com leitores e elogiam o papel do mediador, que conduz os debates sobre as obras, conforme afirma Noemi Jaffe:
“Adorei o encontro, é muito importante que haja mediadores, que despertam o interesse pelos nossos livros e são as pessoas que fazem a ponte entre os autores e os leitores. Então, é muito bom estar perto de pessoas que leem com tanta atenção”.

Janine Durand, coordenadora dos Clubes de Leitura da Companhia das Letras, ressaltou a importância da reunião dos mediadores, pela troca de experiências que aperfeiçoam o funcionamento dos grupos. Ela elogiou o crescimento da atividade nos clubes.
“O Sindi-Clube é um grande parceiro, que apoia a difusão dessa ideia. A Companhia das Letras faz a curadoria de livros e a formação dos mediadores. Mantemos contato permanente, analisando cada grupo, para pensar na próxima leitura, para que o Clube de Leitura seja permanente e sempre renovado”
O balanço de três anos de atividades demonstra um saldo bem favorável à expansão da cultura: em torno de 260 associados de clubes paulistas participaram dos encontros e 117 títulos de 86 autores de livros foram lidos.
Entre as 187 obras, os dois livros mais discutidos nos Clubes de Leitura foram “As avós”, de Doris Lessing, e Dois Irmãos”, de Milton Hatoum.
Mediadores elogiam
Os mediadores que participaram do encontro apontaram várias razões para gostar dos Clubes de Leitura. Veja a opinião de alguns deles:

“A leitura é um ato muito solitário. Você lê, tem a interação com o autor e a percepção individual. Com o Clube de Leitura, a compreensão do livro é ampliada pela troca de opiniões. Você toma conhecimento de outro olhar sobre a obra e descobre algo que ainda não tinha pensado, além de oferecer aos participantes do grupo o seu entendimento. Com isso, as pessoas também ficam mais tolerantes com as diferenças de pensar e de sentir. O clube de leitura também me fez experimentar outros gêneros literários. Eu não teria lido sozinha a maioria dos livros que discuti, como, por exemplo, quadrinhos, que eu nunca pensado como literatura e gostei”.

“Eu já lia muito, leio muito mais agora, o Clube de Leitura fez com que eu me disciplinasse na leitura. Eu modero o grupo, as perguntas que eu faço procuram a essência do livro e descobrir o que o escritor quis dizer, passo isso a eles. Eu começo a reunião perguntando “quem não gostou?”. Isso suscita discussão. Também questiono como cada um terminaria de forma diferente o livro, que também gera bons debates. Eu estava acostumado a autores clássicos e da primeira metade do século 20. O clube de leitura me fez ter contato com autores contemporâneos. Agora, eu procuro me atualizar, mais do que fazia antes”.

“Eu fazia clubes de leitura há muitos anos, mas era o que chamo de clube de leitura privado, com algumas amigas, justamente por essa necessidade de dividir com alguém o que se está lendo, já que a leitura é prazerosa, mas solitária. No Clube de Leitura, foi diferente porque juntaram-se pessoas que não eram íntimas. Isso amplia o nosso olhar para o que a leitura traz de importante para várias pessoas. Cada uma com visão de mundo diferente e história de vida distinta. Então, cada uma lê o livro com esse filtro e o encontro de opiniões gera a empatia de ouvir o outro. Descobri várias coisas novas que não estava acostumada a ler e adorei. Para mim, a grande surpresa foram os quadrinhos e o gênero policial”.

“É sempre muito bom ouvirmos outros pontos de vista e outras interpretações acerca de uma leitura. O grupo de leitura do Jundiaiense é muito diversificado. Lá temos de jovens universitários a pessoas já aposentadas interagindo, cada uma com seu ponto de vista acerca de um determinado assunto. Então, todo mundo aprende e saímos bastante enriquecidos. O Clube de Leitura incentivou a leitura de algumas obras que eu não colocava como prioritárias, que foram lidas em função de recomendações de outros mediadores de outros clubes de leitura, aqui nesses encontros, e que me despertaram interesse”.
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